Segundo a nota, os ferimentos penetrantes e transfixantes que levaram a morte de Wellington foram provocados por "ação perfuro contundente de projétil de arma de fogo (PAF) no crânio (têmpora direita) e abdômen com lesão de encéfalo, fígado e rim direito". De acordo com os legistas, um dos indícios de que houve suicídio foi o tiro encostado na têmpora, mas o confronto balístico ainda será finalizado.
A nota do IML informa ainda que a chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, determinou que os laudos cadavéricos das crianças não será divulgado.Cinco dias depois do massacre em Realengo, o corpo do atirador Wellington Menezes de Oliveira, 23, continua no IML (Instituto Médico Legal) Afrânio Peixoto, no centro do Rio, esperando reconhecimento. O corpo foi encaminhado depois de ser retirado na tarde de quinta-feira (7) da escola, onde morreu.
Se nenhum familiar aparecer para retirar o corpo até o dia 23 de abril, ele será enterrado como indigente em Santa Cruz, outro bairro da zona oeste da cidade.
Wellington foi adotado ainda bebê. A casa onde viveu com a família em Realengo está abandonada e a irmã, que mora no imóvel, não foi encontrada. Vizinhos dizem que ela foi para Brasília, onde mora um irmão.
Em setembro do ano passado a mãe adotiva morreu, o que fez com que ele fosse morar em uma casa em Sepetiba, também na zona oeste. O pai já havia morrido há alguns anos.
Após o massacre, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), anunciou nesta terça-feira (12) que apresentará um projeto de decreto legislativo para realizar um plebiscito no 1º domingo de outubro (no caso, 2 de outubro) sobre comercialização de armas e munição no Brasil.
Entenda o caso
Na quinta-feira (7), por volta de 8h30, Wellington Menezes de Oliveira entrou na escola Tasso da Silveira, em Realengo, dizendo que iria apresentar uma palestra. Já na sala de aula, o jovem de 23 anos sacou a arma e começou a ameaçar os estudantes.
Segundo testemunhas, o ex-aluno da escola queria matar apenas as virgens. Wellington deixou uma carta com teor religioso, onde orienta como quer ser enterrado e deixa sua casa para associação de proteção de animais.
O ataque, sem precedentes na história do Brasil, foi interrompido após um sargento da polícia, avisado por um estudante que conseguiu fugir da escola, balear Wellington na perna. De acordo com a polícia, o atirador se suicidou com um tiro na cabeça após ser atingido. Wellington portava duas armas e um cinturão com muita munição.
Doze estudantes morreram --dez meninas e dois meninos-- e outros 12 ficaram feridos no ataque.
Na sexta (8), 11 vítimas foram sepultadas nos cemitérios da Saudade, Murundu e Santa Cruz. Já no sábado pela manhã, o corpo de Ana Carolina Pacheco da Silva, 13, o último a deixar o Instituto Médico Legal (IML), foi cremado no crematório do Carmo, no centro do Rio.
Fonte: uol noticias